Sinop: movimento cobra redução do salário de vereadores e fim da verba indenizatória
O movimento pela redução do subsídio de R$ 7.550 (bruto) dos 15 vereadores de Sinop e também o fim da verba indenizatória de R$ 5 mil mensal para cada um, para a qual não é necessário prestar contas, ganha força nas redes sociais. Uma mobilização é articulada para o dia 5 de outubro, no Legislativo, com objetivo de cobrar posicionamento deles e fomentar a discussão para o investimento do valor economizado, o direcionando a áreas prioritárias na cidade.
Um dos organizadores, Cleber Cristiano, explicou que a intenção é o vigor das mudanças já na próxima Legislatura. “Queremos que a verba seja extinta, já que no valor repassado para os vereadores não há uma fiscalização e prestação de contas. Já que o dinheiro é público tem que existir prestação de contas, afinal, o salário dos nobres já é altíssimo”, disse ao Só Notícias. “Penso que se as pessoas realmente comparecerem no dia, o movimento vai chamar atenção da mídia local e ai podemos mobilizar mais pessoas para uma próxima data, para esse ano ainda. Já que são esses vereadores que irão aprovar a verba”, acrescentou.
Também envolvido na organização, Magnos Oliveira destacou que não existe percentual de redução para ser cobrado no salário dos vereadores. “Mas existe uma indignação quanto ao pagamento da verba indenizatória. Essa sim. a vontade é que seja excluída para próxima Legislatura, já que o valor é alto, e imoral, pois não existe prestação de contas”, declarou. “Pensamos que o ideal era que os vereadores colocassem que o valor economizado seja usado somente para educação, pois é um valor alto, e poderia ser usado para construção de creche, reforma de escolas, mas também pode ser dividido, por exemplo, para ser destinado entre as instituições de caridade, que em Sinop temos boas instituições, mas as possibilidades são muitas. Mas mesmo que não vá para um fim específico o dinheiro é público e deve ser investido em benefício da população”, complementou.
Magnos ainda reforçou a intenção de colocar o assunto em discussão. “Afinal de contas o valor gasto com vereadores em nosso município é um absurdo, quando se percebe a dificuldade que enfrentamos nos bairros. Exercer mandato de vereador não é profissão, o vereador pode continuar trabalhando em outros setores, pode exercer a profissão. Se não é um absurdo um vereador consumir mais de R$10 mil por mês, com certeza é um absurdo uma Câmara de Vereadores onerar os cofres públicos em mais de R$ 1 milhão por ano”.
Movimentos similares têm surgido pelo país. Há poucos dias, vereadores de Jacarezinho, no norte do Paraná, baixaram 30% o salário na próxima Legislatura, com a participação massiva da população na sessão. O espaço ficou pequeno e pessoas também acompanharam do lado de fora. O valor passou de R$ 6,2 mil para R$ 4.340. A pressão deve continuar para chegar ao mínimo.
No mês passado, também ganhou repercussão nacional, os vereadores do município de Santo Antônio da Platina, no norte do Paraná, terem voltado atrás na aprovação do aumento dos próprios salários para a próxima Legislatura após pressão popular. O salário da presidência, que passaria de R$ 4 mil para R$ 8,5 mil, agora vai ser de R$ 970, o mesmo dos demais parlamentares, que subiria de R$ 3,7 mil para R$ 7,5 mil. O do prefeito, que iria de R$ 14,7 mil para R$ 22 mil, também foi “afetado” e ficou em R$ 12 mil.
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