terça-feira, 9 de agosto de 2016

Crime ambiental mato-grossense


Decreto autoriza uso do 'correntão' para retirada de vegetação em MT

Técnica, que possibilita retirada rápida de vegetação, era considerada crime.
Para o Ibama, uso é agressivo à natureza e coloca em risco animais e plantas.

A utilização de correntes presas por tratores, conhecido como 'correntão', foi autorizada através da revogação de um artigo pela Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) no último mês. A técnica, que possibilita a retirada rápida de vegetação nativa, era considerada crime ambiental por lei. A decisão foi publicada no Diário Oficial do Estado (DOE) em 7 de julho.

Entidades de defesa ao meio ambiente declararam que vão se manifestar contra a mudança na lei. Segundo produtores, a Secretaria de Estado e Meio Ambiente (Sema) já havia manifestado a intenção de anular o artigo e permitir o correntão, mas a ALMT acabou votando o assunto antes.

A Sema informou que com a troca de secretários, a pauta ficou sob responsabilidade da assembleia. Ainda, a secretaria não vai se posicionar sobre o assunto. O projeto foi apresentado pelo deputado Dilmar Dal Bosco (DEM). Na justificativa, o deputado alegou que a administração pública não pode legislar em decreto sobre a tipificação de crimes.

A superintende do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) em Mato Grosso, Lívia Karina Passos Martins, declarou que o uso do correntão coloca em risco animais e plantas por ser uma forma muito agressiva de retirada de vegetação. A ferramenta, em poucos minutos, consegue arrancar árvores gigantescas.

O diretor executivo da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja), Wellington Andrade, o uso do correntão é uma forma prática de retirar a vegetação. “A gente entende que o melhor modo de supressão de vegetação é o correntão, desde que o produtor cumpra os requisitos que foram determinados pelo órgão ambiental na concessão da licença”, afirmou.

Fonte: G1MT
Foto: Magnos Oliveira



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