sábado, 1 de abril de 2017

Mensalinho mato-grossense

O ex-presidente da Assembleia José Riva abriu, esta tarde, o reinterrogatório para a juíza Selma Arruda fazendo uma nova confissão afirmando que o “mensalinho” -pagamento de propina para deputados e ex-parlamentares- já existia na Assembleia Legislativa desde a gestão do ex-governador Dante de Oliveira (PSDB), já falecido. Depois, continuou nos demais governos, mas em 2003 quando Blairo Maggi (PP) foi eleito governador ele se recusou a pagar mensalinho aos deputados para aprovação dos projetos do governo. No entanto, Maggi propôs que aumentaria o valor do duodécimo repassado para a Assembleia e que a mesa diretora se virasse para contemplar todos os deputados para não haver divergências.

Segundo Riva, entre 2003 e 2005 foi movimentado R$ 1,1 milhão. “Em 2005 aumentou para 3,4 milhões. Em 2006 foram R$ 5 milhões. Em 2007 movimentou R$ 12 milhões, em 2008 movimentou 15 milhões e outros R$ 6, milhões em 2009", atestou, lendo planilhas com anotações manuais feitas por ele.

Riva disse que começou com repasses de R$ 15 mil para cada um dos parlamentares e ex, depois passou para R$ 20 mil e acredita que, ao final, antes de ser alvo do Ministério Público, o mensalinho repassado aos deputados estava na casa dos R$ 25 mil. Além dele, o ex-presidente aponta que foram beneficiados com "mesadas" Silval Barbosa, Sérgio Ricardo, Mauro Savi, Carlão Nascimento, Dilceu Dal Bosco, Alencar Soares, Pedro Satélite, Renê Barbour (falecido), Campos Neto, Zeca D`Ávila, Nataniel de Jesus, Humberto Bosaipo, Carlos Brito, João Malheiros, Eliene Lima, José Carlos de Freitas, Gilmar Fabris, José Domingos Fraga, Walace Guimarães, Percival Muniz, Wagner Ramos, Adalto de Freitas, Sebastião Resende, Juarez Costa, Walter Rabelo (falecido), Nilson Santos, Chica Nunes, Airton Português, Maksues Leite, Guilherme Maluf, Ademir Brunetto, Chico Galindo e Antônio Brito. Já Chico Daltro, José Carlos do Pátio, Ságuas Moraes, Verinha e Otaviano Pivetta estavam fora do esquema.

José Riva também confirmou que dinheiro desviado dos valores desviados da Assembleia, cerca de R$ 2,5 milhões, foram usados na compra da vaga de conselheiro no Tribunal de Contas do Estado (TCE) que vinha sendo ocupada por Sergio Ricardo, afastado do cargo, recentemente, por decisão do juiz Luís Aparecido Bortolussi Júnior. Riva disse ainda que parte dos valores de propina também foi usada pelo ex-deputado Maksuês Leite, em 2008, para comprar uma emissora de TV. “Confirmo que foi daqui (Assembleia) que saíram esses R$ 2,5 milhões”, diz Riva.

José Riva atestou para a juíza Selma Rosane que o pagamento de mensalinho aos deputados ocorreu nas gestões de Silval Barbosa, Sérgio Ricardo - ambos ex-presidentes da Assembleia- e na sua gestão. Garantiu também que todos os deputados que eram contemplados e sabiam da origem ilícita do dinheiro. "Quero fazer uma confissão e colaborar com a justiça, o Ministério Público e apresentar nomes de novos agentes envolvidos nessa situação".

Fonte: Só Notícias

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