A matéria de Fábio Mezzacasa com imagens de Magnos Oliveira da TV Centro América, foi exibida hoje no Globo Rural. A matéria também pode ser visualizada no site www.globo.com/globorural
Felizes com a teca
Enquanto o cerco a quem destrói as matas nativas aumenta, a produção de madeira para reflorestamento ganha espaço. Em Alta Floresta, Mato Grosso, agricultores que investiram no cultivo da teca estão satisfeitos. A madeira, considerada nobre, atinge alto valor no mercado.
Na floresta é permitido desmatar. A plantação de teca, árvore nativa do sudeste asiático usada para o reflorestamento, fica em Alta Floresta, norte de Mato Grosso. São 2,5 mil hectares cultivados desde 1999.
O proprietário da área, o agricultor Ronel Oliveira, contou que é um investimento a longo prazo. Mas quando a mata chega a um porte que permite a extração, o retorno é certo. “Temos feito um corte com aproximadamente cinco e seis anos. Foi feito mais um intermediário. E já estamos neste plantio com nove anos. A gente vai dar um descanso para a floresta de dois ou três anos. Aí a gente faz uma análise de fechamento de copa. Se a gente ver se há a necessidade de uma nova intervenção, a gente tira mais um percentual”, explicou.
É a garantia de matéria-prima até o fim do ciclo de corte, que dura uma média de 25 anos.
A madeira de reflorestamento traz novas perspectivas para o setor que chegou a parar com a falta de matéria-prima por causa de questões ambientais. Hoje, o pátio da indústria cheio de toras mostra que o trabalho anda em ritmo normal e a produção só tem a crescer.
São 150 metros cúbicos de teca beneficiados por mês. Os pequenos pedaços de madeira serrados são colados e prensados para a fabricação de chapas. É um trabalho feito por 40 funcionários que têm a certeza do emprego garantido.
“Enquanto que em outras indústrias de madeira nativa fecharam e pessoas ficaram desempregadas, aqui aconteceu o contrário. Graças a Deus a gente tem pegado muito mais funcionários e está crescendo cada dia mais”, falou Lúcio Formosa, gerente de produção.
A tora é de boa qualidade. O cerne, que é o miolo da madeira, é marrom brilhante. E as outras camadas têm uma cor mais clara. Beleza que faz da teca uma árvore nobre, comparada ao mogno brasileiro. A madeira não empena, se contrai pouco durante a secagem e é resistente à umidade. Por isso, é muito usada na construção naval.
“Mesmo sendo uma madeira cortada e colada, ela praticamente fica uma madeira maciça”, esclareceu Derci Trevisan, representante da indústria.
Esse mercado também fortalece a economia do setor das indústrias de móveis. Com muita criatividade, a madeira de reflorestamento é transformada em peças que, além de ecologicamente corretas, chamam a atenção pela beleza.
O escritório é todo feito com a teca, desde as repartições até as mesas, cadeiras e armários. A dona da fábrica, Sônia Furini, afirma que, além de pagar a conta com meio ambiente, consegue um lucro de 30% a mais com os móveis da madeira de reflorestamento.
“Está sendo mais fácil trabalhar com a teca. Ela é uma madeira reflorestada. Veio em boa hora para a gente estar distribuindo isso por todo Brasil, para toda a região e com um lucro bem satisfatório”, avaliou Sônia.
O metro cúbico da teca é vendido, em média, por três mil reais.
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