segunda-feira, 28 de março de 2011

Atividade suinícola

Para muita gente, ele é conhecido como porco. Para nós, técnicos, chamá-lo de porco é praticamente um insulto. Afinal, sua evolução no mercado mundial de carnes assemelha-se com uma revolução, propriamente dita.

O porco era produzido para o uso da banha na conservação dos alimentos. Já o suíno ganhou importância econômica e alimentar, considerado uma fonte de proteína animal com elevado grau de satisfação do consumidor.

Com a evolução da carne suína, a suinocultura passou de uma simples criação de animais para uma produção agroindustrial, dispondo de manejo especializado, alta qualidade genética, exigências sanitárias e nutricionais. O suíno industrial representa não só um aumento na quantidade de carne, mas também uma diminuição na espessura de gordura subcutânea.
Essa capa de gordura pode ser retirada pelo consumidor, tornando o prato ainda mais leve, ao contrário da carne bovina, que traz a gordura entremeada em suas fibras. A carne suína é a mais consumida no mundo, segundo dados da FAO, principalmente nos países que compõem a União Européia.

O maior produtor mundial de carne suína é a China, mas sua produção é de subsistência, portanto, é insignificante no mercado internacional, tanto que compra carne brasileira apenas eventualmente. Já a União Européia, representa um quarto da produção mundial, mas também compra carne brasileira, pois não “dá conta” de se auto abastecer devido a falta de espaço e poluição ambiental que apresenta.

Desta forma, resta-nos, a 4ª posição, ou melhor, 3ª, tendo em vista que a China “produz para comer”. O bom é que o Brasil tem chances de melhorar sua suinocultura, cada vez mais tecnificada e competitiva. Ainda compra genética européia, mas já possui médicos veterinários e zootecnistas especializados e maturidade suficiente para empregar biodigestores, principalmente no sul do país, um sinal de avanço, de tecnificação e preocupação ambiental.

Espaço também não é problema. Temos espaço para a instalação de novas agroindústrias em locais logisticamente favoráveis, com acesso à nutrição de qualidade com baixo custo. Aí se inclui o Estado de Mato Grosso, com suas grandes áreas e culturas de soja e milho, exibindo oportunidades para a expansão da atividade suinícola brasileira.

RICIELY VANESSA JUSTO, acadêmica do 9º semestre de Medicina Veterinária da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT).
Fonte: Diário Regional

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