quarta-feira, 20 de abril de 2011

Tartarugas de Sinop

Quando se lê “tartaruga”, não dá pra saber realmente o que a palavra quer dizer. Seriam aqueles redutores de velocidade? Referem-se àquelas pessoas pacientes demais? Ou seriam aqueles bichinhos que ficam nadando no Parque Florestal de Sinop?
Isso mesmo! As tartarugas referidas no título pretendem apontar aos quelônios que são os répteis pertencentes à ordem Chelonia, existentes há mais de 200 milhões de anos na Terra. Geralmente os quelônios promovem uma confusão como esta na cabeça das pessoas que, por sua vez, costumam generalizá-los, chamando-os de tartarugas.

Faz bem saber que as tartarugas verdadeiras são as tartarugas marinhas, que são quelônios de nadadeira e habitam os oceanos. Existem também os jabutis. Estes são quelônios exclusivamente terrestres, são robustos e vez ou outra são flagrados nos jardins das casas. Também sofrem este risco os cágados, quelônios de vida semi-aquática, que passam o dia entre a água doce e o solo firme. Estes podemos conhecer de perto, pois existem muitos exemplares de cágado disponíveis para a visitação pública no Parque Florestal de Sinop. O gênero de cágado presente ali é o Podocnemis e é possível identificar os filhotes, pois eles apresentam manchinhas amarelas na cabeça que desaparecem com o tempo, embora muitos visitantes pensem que os que possuem manchas são de espécies diferentes. Todos os animais do Parque Florestal são considerados de vida livre, porque aquele ambiente não configura cativeiro.

Infelizmente, o cágado Podocnemis unifilis, habitante no parque, encontra-se na lista das espécies ameaçadas de extinção no mundo. No Brasil os quelônios cada vez mais estão sendo adotados como pets exóticos, ganham popularidade no mercado de carnes e derivados, ainda, são caçados ilicitamente para o tráfico de silvestres e, por razões ainda aceitáveis, são fontes de alimento para indígenas e populações ribeirinhas.
Enquanto isso, a televisão quase não mostra esta realidade e a única campanha que vejo no canal aberto é a da piracema. Quais são nossas espécies ameaçadas? É preciso ampliar a conscientização popular. Os inocentes pagam por nossas omissões.


RICIELY VANESSA JUSTO é acadêmica do 9º semestre de Medicina Veterinária da UFMT Campus Sinop.
Fonte: Jornal Capital

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