Em 2005 na apresentação da minha monografia abordei o tema sobre ativos intangíveis e confesso que não foi nada fácil mas o resultado foi bastante compensador. Hoje transcrevo algumas linhas; em negrito, da introdução do meu trabalho juntamente com uma matéria sobre o assunto na qual mostra que o BNDES deve a partir do ano que vem incorporar a avaliação de capitais intangíveis na análise de projetos a serem financiados pelo Banco.
A primeira barreira para se falar de goodwill é a questão de que a explicação sobre o tema demanda uma complexidade muito grande, como se goodwill fosse algo novo e pouco presente nas instituições. Ou pelo menos na maioria das instituições, já que geralmente ele é visualizado em grandes transações. Sendo assim como estudar, desenvolver o trabalho e principalmente repassar informações para quem precisa delas?
Nossa missão começa pela conceituação teórica do tema ativos intangíveis, do qual goodwill faz parte, para que possamos perceber a grandiosidade que representa este tópico dentro de instituições que visam lucro e que muitas vezes esquecem do mais importante, justamente por não saber o fator determinante de sucesso de uma organização em uma sociedade que passa por mudanças de rumo constantemente.
Nos propomos a auxiliar; administradores e contadores, para que possam ter uma visão mais ampla e repassem para seus clientes a necessidade urgente de incorporar novos valores baseados no conhecimento, pois sabemos que hoje apesar de todas as mudanças tecnológicas, a visão é de retorno, principalmente, retorno financeiro dentro das empresas, ficando os colaboradores muito distantes de alcançar algo mais que o aperfeiçoamento de suas atividades com a finalidade de garantir a empregabilidade.
A conseqüência da relação defeituosa existente entre instituição, patrão e empregado, acaba transformando oportunidades de negócio e de crescimento em crises nos mais diversos setores. Tudo pela falta de visão, principalmente de quem comanda sobre as transformações que nos transportaram para a era do conhecimento. Uma nova era que infelizmente pode não durar muito, principalmente para quem não estiver atento aos valores “ocultos” das organizações.
Coutinho diz que BNDES será exemplo na avaliação de capitais intangíveis
O BNDES deve a partir do ano que vem incorporar a avaliação de capitais intangíveis na análise de projetos a serem financiados pelo Banco. A informação foi dada nesta terça-feira, 30, pelo presidente Luciano Coutinho. "O desafio é que o BNDES seja um exemplo de liderança na avaliação de intangíveis", disse Coutinho, durante sua participação no seminário Avaliando os Capitais Intangíveis no Brasil, realizado na sede do BNDES, no Rio.
Segundo o presidente, a avaliação dos intangíveis será incorporada ao rating das empresas, levando em conta elementos hoje praticamente ignorados quando se trata de aferir o potencial de viabilidade de um projeto, como estratégia empresarial, processos internos, recursos humanos, governança e ética.
O seminário foi realizado nos dias 29 e 30/10 e contou com a participação de especialistas brasileiros e estrangeiros envolvidos com o processo de mensuração dos bens imateriais na economia.
Luciano Coutinho afirmou que a expressão mais palpável do capital intangível é a propriedade intelectual, um dos motores da inovação. Segundo ele, uma ação coordenada entre instituições públicas e o setor privado tem o potencial de conduzir o Brasil a uma posição de liderança em setores economicamente relevantes. "Sabemos que a inovação é a alavanca mais importante da concorrência, que é o elemento mais importante do capitalismo", disse. "Inovação bem sucedida resulta em liderança e permite ampliar participações de mercado com rentabilidade."
Coutinho também ressaltou a complexidade do trabalho de mensurar os intangíveis e admitiu que a tarefa será um desafio para o BNDES. Segundo ele, para cumprir a tarefa os técnicos do banco terão de ter "uma dose de arte e inteligência."
No primeiro dia do evento, o diretor da área de Mercado de Capitais (AMC), Eduardo Rath Fingerl ressaltou a importância, cada vez maior, do conhecimento no desempenho e competitividade das empresas e apresentou números que mostram o potencial do Brasil no campo da produção intelectual, da geração do conhecimento.
"O número de mestres no país passou de 10 mil, em 1997, para 33 mil, em 2006. O de doutores cresceu de 4.097 para quase 10 mil no mesmo período. A produção científica brasileira corresponde a 2% do total mundial, medido por 17 mil artigos publicados em revistas de renome internacional", destacou citando estatísticas do Ministério de Ciência e Tecnologia (MCT).
Rath Fingerl destacou ainda que o Brasil tem cerca de 300 incubadoras, aguardando oportunidades para se transformarem em empresas nascentes e que, para isso, necessitarão de apoio e financiamento adequados .
Segundo o diretor, o grande desafio hoje é como transformar todo esse conhecimento em empreendedorismo. O tema é objeto de discussão no mundo , principalmente no Novo Clube de Paris, que reúne especialistas de diferentes países, entre eles o Brasil, envolvidos com estudos sobre avaliação de bens intangíveis na sociedade e na economia.
Entre os bens intangíveis estão investimentos em pesquisa e desenvolvimento, marca e patentes, governança corporativa, design, processos internos, liderança, transparência, etc. Ou seja, bens imateriais, que exigem metodologias específicas para serem avaliados e dimensionados adequadamente. O BNDES em conjunto com a Coppe/UFRJ está desenvolvendo metodologia nesse sentido.
O coordenador do Crie-UFRJ, Marcos Cavalcanti, qualificou o seminário de "evento histórico", por trazer para o debate brasileiro uma questão já em discussão em outros países. "Mas o Brasil é o primeiro que junta a reflexão acadêmica com intervenções práticas, mediante políticas públicas e ações do BNDES, instituição que tem enorme capacidade de influenciar a realidade.
Fonte: bndes.gov.br
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