sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

Tragédia corintiana e a soberba são-paulina

Ninguém acreditava. Mas o Corinthians, o campeão mundial, que eu particularmente desconsidero, pois o verdadeiro campeão mundial de 2000 foi o Boca, que conquistou a Libertadores e depois ganhou do Real Madrid. Assim como o São Paulo também não é o primeiro penta brasileiro, pois todos sabem que aquele módulo amarelo ganho pelo Sport em 1987 é uma série B. É simples: Flamengo campeão da série A, Sport da série B.
Série B que já não é tão ruim assim, Grêmio, Palmeiras e Atlético Mineiro já andaram por lá. O Grêmio gostou tanto que participou em duas edições. Agora chegou a vez do timão, que finalmente virou time de segunda divisão.
É uma lição que o futebol ensina aos que praticam a arte da soberba. Quem não lembra das declarações dos dirigentes paulistas quando injustamente nos levaram o campeonato brasileiro: “Infelizmente, tem gente que pode ter uma Mercedes, enquanto outros precisam andar de ônibus pela vida toda”.
Dois anos depois, o destino se encarregou de nos colocar como peça principal do jogo que já estava perdido, por um time comandado pelo mesmo técnico que um dia saiu do Internacional falando que “iria treinar um time grande”, time este que o próprio transformou em pequeno.
Nós colorados mantivemos a dignidade, não entregamos o jogo contra o Goiás. Pois ao Corinthians nós só temos que agradecer. Depois daquela queda em 2005 conquistamos a América e o Mundo. E somos em 2007 o único clube brasileiro que ganhou um título internacional, embora a soberba do São Paulo faça com que a conquista de um campeonato brasileiro, pareça bem mais importante do que qualquer outro campeonato.
O São Paulo, embora nos seja generoso, (foi em cima do tricolor paulista que o Grêmio conquistou o primeiro campeonato brasileiro. E nós em 2006 ganhamos a Libertadores), está tomando gosto pela ostentação e talvez seja o motivo de acumular mais derrotas do que vitórias. Afinal de contas, só em 2006 o São Paulo perdeu a Libertadores para o Inter, e a Recopa para o Boca. Em 2007 padeceu na Libertadores e foi eliminado de forma melancólica na Sul Americana. Sobrou o campeonato brasileiro, o bastante para Juvenal Juvêncio, presidente do clube paulista declarar: “A verdade é que os jogadores de futebol,
em geral, querem jogar no São Paulo. Se ele vai jogar, é outra coisa. Mas ele tem, no íntimo, o desejo de jogar no São Paulo.”
São declarações de portadores de uma doença sem sintomas e sem cura. Um doente que vai voltar, e talvez também volte a se sentir o melhor de todos. E outro que ainda não sabe estar doente.

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