quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Haiti

A organização humanitária internacional Oxfam informou nesta quinta que somente 5 % dos escombros foram retirados no Haiti, após o terremoto de magnitude 7,3 que devastou a nação há um ano.

“Um ano depois, apenas 5% dos escombros foram removidos (...) A construção de casas em larga escala não pode começar até que a enorme quantidade de resíduos seja retirada", afirmou a organização através de um comunicado. O documento destacou que quase um milhão de pessoas ainda vivem em tendas ou nos escombros da cidade; e que estas pessoas ainda não sabem quando podem voltar pra casa.

"As autoridades do Haiti, apoiadas pela comunidade internacional, devem lançar de uma vez planos para permitir que estas pessoas sejam realocadas em áreas onde os serviços básicos possam ser garantidos, ou que sejam diretamente levadas a suas casas", sugeriu a entidade. A comunidade internacional forneceu apenas 42% dos 2 bilhões de dólares prometidos para a reconstrução do país caribenho.

A falta de progresso na reconstrução do Haiti é "uma combinação entre a indecisão paralisante do governo, a busca comum dos países ricos por suas próprias prioridades e a falta de energia da Comissão Provisória para a Reconstrução no Haiti, criada por decreto presidencial em 21 de abril de 2010, três meses após o terremoto que atingiu Porto Príncipe e outras cidades próximas”, segundo o comunicado. Esta comissão é responsável por gerenciar 10 bilhões de dólares da ajuda prometida ao país. "Tem sido um ano de indecisão e isso deixou a recuperação do Haiti parada", relatou a Oxfam.

O relatório disse ainda que a ajuda prestada ao Haiti fixou-se em abrigos temporários para as pessoas deslocadas pelo terremoto, mas "muito pouco dinheiro tem sido destinado para o recolhimento de entulhos, reparo de casas" e às instituições públicas, incluindo o Palácio do Governo, localizado em Porto Príncipe (capital do Haiti), que permanece quase em ruínas.

A ONG reconheceu que a reconstrução do país caribenho "não será feita da noite para o dia", mas "decisões importantes ainda estão pendentes, como a remoção de entulhos, reparo de casas e locação de terras para as famílias que não podem regressar às suas casas. "

A Oxfam constatou que, apesar da atual crise política no Haiti, em decorrência do polêmico segundo turno das eleições em novembro passado, "as elites do país ainda tem uma chance de cuidar dos problemas que tem impedido o desenvolvimento do Haiti, e esse processo deve começar agora ".

O fenômeno natural que devastou o país mais pobre das Américas deixou quase 250 mil pessoas mortas e mais de um milhão de desabrigados. Também destruiu 105 mil casas e danificou outras 280 mil. O terremoto causou 20 milhões de metros cúbicos de escombros e detritos nas ruas do país caribenho.

Além disso, o Haiti continua a ser assolado por uma epidemia de cólera que já matou mais de 3.500 pessoas.
Fonte: Revista Fórum

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