Na pag. 2, da edição 1700 (18/06) do jornal Diário Regional, tive a oportunidade de expressar minha opinião sobre a decisão da não obrigatoriedade do diploma para exercer a profissão de jornalista. Para quem não leu, fica a dica para este domingo.
Uma decisão infeliz
O Supremo Tribunal Federal, por 8 votos a 1 – vejam bem, nove pessoas decidindo o futuro de uma categoria profissional que é considerada o quarto poder – determinou que o diploma de jornalismo não é obrigatório para exercer a profissão.
Os ministros decidiram manter tudo como está, afinal de contas, o diploma nunca foi obrigatório para manter o profissional da imprensa, atuando em órgãos de comunicação, principalmente nas cidades interioranas deste país. E para falar a verdade, se existisse, provavelmente acabaria obrigando muita gente a trabalhar na ilegalidade. É evidente, a dificuldade em se acompanhar o ritmo da liberação de concessões - na maioria das vezes beneficiando políticos - e se formar, ou atrair tantos profissionais para cidades que ainda estão engatinhando na busca por qualidade educacional básica, que mesmo contando com canais de comunicação, estão bem distantes, da possibilidade de oferecer o aprendizado acadêmico.
A decisão infeliz, não contribui em nada para a classe, para a sociedade e, muito menos, para as empresas de comunicação (embora em um primeiro momento possa parecer o contrário) que dependem do trabalho de um bom profissional.
Veja bem, quando o profissional é qualificado – e a formação teórica dos bancos escolares é fundamental – ele não se torna proletário da empresa na qual trabalha, mas sim escravo da notícia. Qualquer jornalista sabe que trabalhar na área não significa estar com a conta bancária em dia e, muito menos, que poderá garantir uma boa aposentadoria – ou uma ótima aposentadoria, como a dos deputados de Mato Grosso que ao exercer o segundo mandato já podem pedir a regalia – afinal de contas, para ser jornalista é fundamental que se mantenha a dignidade. Não seria respeitoso receber uma aposentadoria diferente dos milhões de brasileiros que trabalham uma vida inteira e se aposentam com um salário mínimo.
Mesmo quando se sente seduzido para estar do outro lado - o do poder – o profissional que é verdadeiramente um jornalista, trabalha em defesa da justiça. Pode trabalhar com ou sem diploma, mas não sem o conhecimento. A idéia de pegar aqueles que pensam “ser” jornalistas e delegar funções é equivocada. Bem menos do que tirar das redações o bom repórter, que ainda não tem formação acadêmica. Bem mais do que inibir a busca pelo conhecimento.
Os ministros podem ter atrapalhado o trabalho da imprensa, mas não podem tirar o conhecimento, nem dos que já cursaram, nem de quem está cursando uma faculdade. Muito menos, daqueles que sonham um dia em se tornar profissional na área. E por mais que o profissionalismo possa vir com a prática, o carimbo que dá garantia de qualidade só chega depois que se alcançar a formação acadêmica.
Um comentário:
Tu tá louco?? Tu quer desempregar a massa né...kkkkkkk
Cancela a matrícola, economiza pra fazer a casa
Uuauuuuuuu
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