O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, divulgou recentemente uma lista dos maiores desmatadores do Brasil e o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), encabeçava a relação.
A equipe do Fantástico foi até o maior desmatamento da lista, um assentamento em Tabaporã (norte de Mato Grosso) sob responsabilidade do instituto, e flagrou desmatamentos recentes e até uma madeireira ilegal.
Na área destinada aos assentados, pouco sobrou da vegetação amazônica. Cerca de 4 mil pessoas vivem no assentamento, que tem escola, posto de saúde e mercearias.
Cada família residente ali recebeu 60 hectares, dos quais apenas 20% poderiam ser desmatados. Mas a maioria não deixou uma árvore sequer.
"Fui desistindo da lavoura, foi onde acabei derrubando o resto do meu sítio", explica o assentado Tadeu Gwazdecki. O paranaense foi um dos primeiros a receber terra no assentamento, onde vive há dez anos, e derrubou toda a floresta de sua terra para criar gado.
A cerca de dois quilômetros do lote de Gwazdecki, a equipe de reportagem encontrou uma madeireira em funcionamento, com muitas toras e madeira cortada, pronta para ser vendida, em terreno sob controle do governo federal. Autoridades locais recomendaram à equipe do Fantástico que não se aproximasse dela para evitar um possível conflito.
Após assistir a imagens do depósito de madeira, o ministro do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel, confirma que ele funciona de forma irregular: "É uma ocupação ilegal, uma extração criminosa de madeira e nós já estamos determinando que sejam retirados de lá, mesmo que para isso a gente precise do auxílio da Polícia Federal".
Ele diz ainda que o Incra, que é subordinado a seu ministério, se esforça para coibir esse tipo de abuso. "O Incra trabalha permanentemente nos assentamentos. A gente tem convênios, um esforço enorme para conter o desmatamento e reverter essa situação", afirma Cassel.
Do Globo Amazônia, com informações do Fantástico.
Foto: Magnos Oliveira.
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