A reportagem de Fábio Mezzacasa e Magnos Oliveira, da TV Centro América, foi exibida hoje no Globo Rural.
Produtores de soja de Mato Grosso já estão comprando o adubo e o agrotóxico para a próxima safra. Os preços caíram e esse é um bom momento para fechar negócio.
O plantio começa só em outubro, mas o solo já está preparado. Não é apenas a terra que está pronta na fazenda do agricultor Adelmo Zuanazi, em Sinop, norte de Mato Grosso. Ele já comprou todos os insumos para fazer o plantio dos 1,6 mil hectares de soja.
O seu Adelmo conseguiu adquirir o fertilizante a vista. Para os defensivos e a semente fez um pacote no sistema de troca com uma empresa e vai entregar parte da produção no começo da colheita, em fevereiro. Ele explicou a vantagem do negocio.
“Usar o nosso produto como moeda e não o dólar ou o real. Os preços desses produtos variam muito. Ao valorizar os compromissos e as compras em cima do valor do produto, é possível travar o custo de forma mais segura”, justificou seu Adelmo.
Mesmo os agricultores que farão o custeio da safra 100% no sistema de troca com as empresas devem gastar menos. Os insumos estão mais baratos. O adubo, que representa o maior valor na lavoura, hoje vale a metade do que foi pago na safra passada.
Houve queda no preço em dólar dos fertilizantes no mercado internacional. Em 2008, para comprar uma tonelada de adubo o agricultor empatava 35 sacas de soja. Esse ano, precisa de apenas 22 sacas.
A queda nas vendas de fertilizantes no primeiro semestre deste ano é de 22,5% na comparação com o mesmo período de 2008. Mesmo assim, a expectativa é que o setor se recupere e feche 2009 com bons resultados.
“A gente tem que considerar é que o ano de 2009 neste primeiro semestre está andando normalmente, coisa que não acreditávamos no início do ano. Esse número de redução é muito forte, mas temos que considerar que 2008 foi um ano absolutamente atípico, quando havia grandes antecipações de compra, receio de desabastecimento e preços crescentes de todas as commodities. E isso veio abaixo em setembro. Na realidade, o ano de 2008 foi muito complexo. Essa acomodação aconteceu em todos os setores, inclusive nos fertilizantes. Então, eu diria que estamos voltando àquela normalidade que a agronomia sempre propiciou, como a sazonalidade, e saímos da grande especulação do mercado”, explicou Eduardo Dayer, diretor da Anda, Associação Nacional para a Difusão de Adubos.
Segundo a Anda, este ano o volume de importações deve chegar a 11 milhões de toneladas. É menos do que no ano passado, mas os estoques são suficientes. Não há risco de falta no mercado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário