sexta-feira, 27 de maio de 2011

Animais do Parque Florestal

Conviver com capivaras, tracajás, araras, macacos e outros bichos do Parque Florestal está cada vez mais difícil. A quantidade de gente e a falta de fiscalização colocam em risco a segurança de um local que deveria receber cuidados especiais do poder público. A reportagem de Magnos Oliveira, com narração de Carol Fazzio exibida no MTTV 1ª edição da TV Centro América (25) mostrou uma série de irregularidades.

A matéria

Ver o macaco se alimentando no Parque Florestal é uma beleza. O problema é quando se encontra uma arara comendo algodão doce! Ou quando elas degustam um pedaço de churros que foi deixado de lado. Alimentar animais é algo que os visitantes não conseguem deixar de fazer, como explica Noeli Vorpagel:
"Mas sei lá! Parece que os bichinhos estão sempre com fome. Por que não dar um paozinho, né? Acho que um paozinho não faz mal pros animais. Será que faz?

Mesmo que não tivesse problema para a saúde dos animais, existe o desrespeito ao artigo terceiro da lei número 1154 de 2009, que diz ser proibido alimentar os animais, salvo sob orientação dos responsável pelo parque. A médica veterinária Elaine da Conceição explica o que acontece quando animais comem o que não devem:
"Os animais que estão no parque são animais silvestres. Então são animais que eles têm hábitos alimentares específicos. São animais com hábitos alimentares diferentes dos nossos, por exemplo, os alimentos que a gente consome não são os alimentos adequados para estes animais. Os alimentos que eles consomem são frutos, brotos, dependendo da espécie do animal e do tipo alimentar dele pode acarretar diversos desequilibrios nutricionais, desencadear doenças nestes animais e causar sub nutrição. Ocorre desequilibrio nutricional levando até a morte dos animais".

Para evitar que os bichos continuem comendo o que não devem, os vendedores foram orientados a ficar longe da entrada do parque. A vendedora de churros e pipocas mostra uma autorização para trabalhar, e não concorda com a nova determinação:
"As pessoas trazem comida de casa, eles não alimentam os bichos certo, não cuidam dos bichos. Eles não deveriam se preocupar só com os bichos, eles deveriam se preocupar com o lago, com as plantas, eles deveriam se preocupar com as pessoas que trabalham aqui também. O problema aqui é a falta de veterinário, a falta de alimentação, a falta de cuidado, a ffalta de investimento" comenta Raquel Miranda da Silva.

Com tanta gente andando pelo parque fica dificil não perceber o motivo do desabafo de quem foi afastado do local de trabalho. Enquanto alguns não podem vender pipoca ou refrigerante na entrada, outros podem circular na parte interna consumindo diversos tipos de alimentos. E ai eles desrespeitam outra determinação da lei, que diz ser proibido abandonar lixo. Como o saco plástico que foi parar dentro do lago. As opiniões sobre melhorias com a medida de afastar os ambulantes não divergem:
"Olha de imediato vai ter alguma mudança. Alguma diferença. Só que isso eu creio que não resolva, vai estar removendo o pessoal que está ali na frente ganhando um dinheiro, mas não vai ter nenhum bloqueio que venha impedir de trazer de casa alguma coisa para dar pros animais, então tem que ser algo mais organizado do que isso", diz o estudante Denner Board.

"Eu acho que não precisa tirar eles, não vai resolver nada e outra coisa, não é só churros, isso ai, tem gente que traz alimento de casa para dar pros animais então vai prejudicar eles, a vida deles, eles já vendem aqui, então eu acho que não precisa retirar ", comentou a representante comercial Adriely.

"Eu acho que não vai resolver nada não vendendo pipoca. Vendendo ou não de todo o jeito o pessoal tras de salgadinho e bolacha pra cá, de todo jeito eles alimentam os bichos", disse a estudante Quedma.

Se os animais tem lugar garantido dentro do Parque Florestal, fora dele os vendedores ambulantes ainda precisam encontrar um novo espaço para continuar trabalhando:
"O importante seria organizar pra gente trabalhar na frente do parque, esse é o nosso ganha pão. Isso daqui é um parque que chega muita gente de fora. Como que chega uma pessoa, por exemplo, de Guarantã, Peixoto, ou Alta Floresta como é falado muito longe e nós estamos aqui pra atender. Quem vem precisa de uma água, refri, algodão doce, ou picolé pro filho dele. E se não tiver nada disso? O que vai acontecer é que eles vão embora e vai sair a notícia lá: em Sinop o Parque Florestal, eu achei que podia ser uma coisa bem mais organizada, mas é o contrário, lá o prefeito não deixa as pessoas trabalhar e daí por diante", disse o vendedor ambulante Tarcisio Alves.

"É uma situação bastante critica, a gente não quer prejudicar os ambulantes, é o trabalho deles, a gente sabe que é o sustento deles, que o fluxo de pessoas no domingo é grande e que eles tiram através disso ai. Mas a consciência não depende de uma só pessoa, vai ter que ser do coletivo. Então, não que a gente queira prejudicar, mas é uma necessidade, conforme a Lei 1154/2009, que nós temos em mãos. Foi passado para eles que tem essa proibição do comércio ambulante aqui nas extremidades do parque e isso não vai mais ser permitido. Foi oficializado e eles estão cientes e a gente espera que eles tenham consciência disso. Não é uma medida que nós queremos, mas é necessária", respondeu Lucimar Cenedese, coordenadora do Parque Florestal.

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