Marcas do desmatamento na Vila do Garimpo do Rio Juma, no município de Novo Arapoana, no Amazonas
Foto: José Luis da Conceição, AE
Se commodities estão em alta, o desmatamento também, segundo relatório
Um estudo feito pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) mostra que o desmatamento segue a flutuação do mercado de commodities, especialmente carne e soja. A queda do preço nos últimos anos teria ajudado a controlar a derrubada nos últimos três anos. Da mesma forma, a recuperação do mercado teria impulsionado a retomada do desmate em 2007.
A ligação entre os fatores foi levantada pela ministra do Meio Ambiente, Marina Silva. O estudo foi apresentado ao MMA pelo autor, Paulo Barreto, há algumas semanas. Por meio de nota, a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) "repudia totalmente" a ligação entre os fatores e afirma que "o grande proprietário de terras na região é o próprio governo federal, detentor de 76% das áreas na Amazônia Legal, devendo a este o ato de cuidar de suas próprias terras".
A análise feita por Barreto compara, de 1994 a 2006, a área desmatada na região, medida pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), com o preço anual médio deflacionado da saca de soja e do boi. O autor explica que floresta, quando derrubada com corte raso do jeito que é detectado pelo satélite, recebe melhor pasto do que grão, uma vez que o solo ainda sente o impacto do desmate.
Barreto, contudo, afirma que a soja pode pressionar o gado a avançar sobre novas áreas e, em casos de preços muito altos, derrubar para plantar é vantajoso. ê o que teria ocorrido entre 2001 e 2004 — nesse ano, 27.379 km2 foram desmatados, quando o preço do gado estava em queda.
Fonte: Zerohora.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário