Em Sinop-MT, as chuvas diminuíram bastante. Fotos de dias chuvosos devem ficar na lembrança, dando lugar aos dias quentes e secos.
A substituição da floresta nativa por plantações de soja e para abertura de áreas de pasto têm causado uma diminuição no regime de chuvas em Mato Grosso.
O estado, essencialmente, produtor de grãos e de carne bovina precisa mudar a dinâmica dessas atividades para não correr o risco de perder grandes dividendos econômicos nos próximos anos. A previsão é do pesquisador Marcos Heil da Costa, da Universidade Federal de Viçosa (UFV), em Minas Gerais, que há algum tempo estuda o clima do estado.
O pesquisador contou ao site da TV Centro América que os estudos são resultados de simulações climáticas, mais especificamente, em áreas desmatadas de Mato Grosso. Nessas regiões, as pesquisas demonstraram que quanto maior a incidência de desmatamento em uma certa área, maior será a redução da precipitação das chuvas no local. Os números chegaram a 11,2 % de redução de chuvas nessas áreas. E a percepção do fenômeno já começa a ser sentida no estado.
Segundo Costa, isso se dá devido a grande extensão do desmate na região norte de Mato Grosso. "Em desmatamento inferiores a 40% ou 50% das áreas não seria notado grandes mudanças na precipitação de chuvas. Mas já que no estado o índice é maior que isso, é possível notar a redução nas chuvas", disse.
Período Chuvoso
A chuva em Mato Grosso é do tipo sazonal. Costa explica que há maior concentração de chuvas no verão e uma diminuição a partir do meio do ano, ou seja, uma estação chuvosa e outra seca.
Para ele, a estação chuvosa não deve trazer efeitos práticos para quem quiser plantar durante a estação, uma vez que o início das chuvas que geralmente ocorrem a partir do mês de setembro, devem ter atraso, em uma média de 15 dias. Com isso, " haverá atraso na época do plantio de grãos no estado", prevê.
O início do período chuvoso em Mato Grosso é peculiar. As chuvas começam a partir do calor concentrado na superfície do solo. Em áreas com predominância de florestas, a radiação solar é absorvida, o que facilita a intensificação das chuvas na região.
O mesmo não é observado em áreas desmatadas, porque a radiação solar acaba sendo refletida. É a falta de concentração de calor em áreas desmatadas que ocasiona o atraso das chuvas nessas regiões. E o pesquisador finaliza: A desertificação pode chegar em Mato Grosso com a escassez de chuvas, predominância de queimadas e no empobrecimento do solo.
Áreas Desmatadas em MT
O Sistema de Detecção em Tempo Real (Deter) divulgou, recentemente, os dados do desmatamento na região amazônica no mês de fevereiro.
A área desmatada no período, calculada em 725 quilômetros quadrados, é 13,45% maior do que a registrada em janeiro deste ano, quando o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) contabilizou 639,1 quilômetros quadrados de novas áreas devastadas.
Em Mato Grosso, segundo dados do Deter, estão concentrados 88% do desmate total registrado na região no período. Em fevereiro, a área devastada no estado foi de 639 quilômetros quadrados e cresceu 68% em relação ao mês anterior.
Fonte: www.tvca.com.br
Foto: Av. das Fiqueiras, por Magnos Oliveira.
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