O agricultor Elmo Leitzke (foto) terminou de colher 215 hectares de arroz que plantou em Sinop, no norte de Mato Grosso. Além da boa produtividade, resultado do investimento em tecnologia, ele também está satisfeito com o preço. A saca de 60 kg está sendo negociada na região por R$ 31,00, um valor 30% maior do que o obtido no ano passado. “Temos que cuidar para não plantar em excesso, o que pode estragar nosso preço aqui”, disse Leitzke.
Na safra deste ano o Brasil plantou quase três milhões de hectares de arroz. É 1,3% menos do que em 2007. Segundo levantamento da Conab, a maior queda ocorreu nos Estados do Centro-Oeste, que juntos diminuíram mais de 16% da área.
O agrônomo Flávio Wruck explica que em mato grosso, o arroz costuma ser plantado em áreas novas, que estão sendo preparadas para a agricultura. Depois de algumas safras é costume o produtor deixar o arroz de lado e se dedicar a outras culturas.
“Nos dois primeiros anos o solo possui alto teor de alumínio. Isso é prejudicial à cultura da soja. Já o arroz consegue se adaptar muito bem a isso. A partir do terceiro ou quarto ano essas condições já não existem. Você já começa a ter mais planta daninha, começa a ter mais inoculo de doença e o solo também já está mais corrigido, mais preparado para cultura da soja”, explicou Wruck.
A queda na área plantada com arroz em Mato Grosso deve ser sentida na produção. Segundo a Conab, a safra deve ser 10% este ano.
Uma indústria da região tem capacidade para beneficiar 2,5 mil toneladas de arroz por mês, mas está operando com metade da capacidade.
“Nós tivemos uma alta bastante expressiva no arroz em casca. Porém, o arroz beneficiado que vendemos ainda não teve essa alta. Então, a indústria está esperando se ajustar ao mercado. E se tiver mais matéria-prima, com certeza vai comprar mais matéria-prima e beneficiar e aumentar a produção”, falou o gerente comercial Vilson José Scheneider.
Mais de 90% da safra de arroz de mato grosso já foi colhida.
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