sábado, 6 de agosto de 2011

Chacina de Matupá

Quase 21 anos depois do triplo assassinato que ficou conhecido como "chacina de Matupá", o caso terá desfecho jurídico em outubro deste ano, quando 18 réus vão a júri popular. Mais de 50 testemunhas de acusação e de defesa foram intimadas a depor pelo juiz titular da Comarca de Matupá, a 696 quilômetros de Cuiabá, Tiago Souza Nogueira de Abreu.

Um dos colonizadores da região, o governador de Mato Grosso Silval Barbosa (PMDB) também foi arrolado como testemunha de defesa de quatro réus que serão julgados pela morte de três assaltantes queimados vivos pela população em praça pública em 1990. O depoimento dele está marcado para o dia 17 de outubro, a partir das 8h, mesma data em que os réus serão julgados, no prédio do Fórum de Matupá. Além de Silval, outras oito testemunhas foram arroladas pelos quatro réus para prestar esclarecimentos sobre o caso também no dia 17.

Na decisão, o magistrado não concedeu a prerrogativa para que o governador deponha por meio de carta precatória, se tornando necessário que compareça pessoalmente no município. O triplo assassinato ocorreu no dia 23 de novembro de 1990.

À época, o atual governador morava em Matupá, onde atuava como empresário e ainda não ocupava nenhum cargo eletivo. Foi eleito prefeito da cidade pela primeira vez em 1993 e, em 1998, se elegeu a uma vaga de deputado estadual. No processo eleitoral seguinte foi reeleito e ocupou a cadeira até 2006, sendo que nesse período atuou como primeiro-secretário e, em seguida, como presidente da Assembleia Legislativa. Depois disso, exerceu a função de vice-governador na gestão do ex-governador e hoje senador Blairo Maggi (PR), até que no ano passado chegou ao comando do Palácio Paiaguás.

As imagens do momento do crime foram capturadas por um um cinegrafista amador e ganharam grande repercussão. Os assaltantes Ivacir Garcia dos Santos, 31 anos, Arci Garcia dos Santos, 28 anos, e Osvaldo José Bachinan, 32 anos, foram queimados em público quando deixavam uma residência, onde mantiveram duas mulheres e quatro crianças reféns por mais de 15 horas. A intenção seria roubar jóias da família.

A tentativa de assalto não obteve êxito depois que a Polícia Militar cercou o local e, com o passar das horas, os populares que se aglomeraram na porta da casa começaram a externar indignação com a ação. Com os ânimos exaltados, a população linchou os assaltantes, embora eles estivessem sob escolta policial, conforme negociação feita com um coronel da PM, uma irmã de caridade e o delegado da Polícia Civil da época.

Fonte: Pollyana Araújo-DoG1MT

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