sábado, 14 de junho de 2008

Palavra de boleiro

Krieger é um conquistador de títulos, em 92 e 93, foi campeão mato-grossense com o Sorriso Esporte Clube. Em 94, atuou em Rondônia e conquistou o campeonato estadual com o Ariquemes. No futsal ganhou três vezes a Copa Centro América e três vezes foi campeão estadual de futsal. Um especialista nos campos e nas quadras, por Nova Mutum, foi duas vezes campeão da Copa Centro América, por Sorriso uma vez. Sabe muito de futebol, tanto que em um dos campeonatos por Nova Mutum, além de jogar, treinava a equipe.
Krieger é uma das pessoas que poderia ajudar o futebol mato-grossense. Ele fala um pouco sobre a fase atual dos campeonatos estaduais.

Krieger qual a atual realidade do futebol de Mato Grosso?
O nosso futebol ao invés de crescer, está decaindo. Muitas vezes se olha equipes boas formadas dentro do Estado, com um certo poder aquisitivo e trabalhando de forma errada. Investem muitas vezes em medalhões que não trazem nada para o Estado. Estamos deixando a nossa garotada de lado, os jogadores que poderíamos formar
para trazer jogadores que ficam três, quatro meses aqui, levam o dinheiro embora e não criam identidade com nossa realidade. O nosso principal problema é que não existe uma formação de categoria de base, e na maioria das vezes quando se investe na base, não existe apoio, existe a crítica para aquelas pessoas que estão trabalhando e tentando mudar o futebol. Hoje no Brasil você pode pegar grandes equipes nas quais garotos de 16, 17 anos estão atuando, entrando nos jogos e virando craques, se a gente não conseguir fazer o mesmo aqui, o futebol vai virar em 2, 3 meses de competição sempre.

Na atual Copa Mato Grosso, não temos nenhuma equipe da região norte. Deixar as equipes paradas é o melhor para os clubes?
A gente sente, as equipes jogam 3, 4 meses e acaba, se investe para tentar ganhar um estadual e depois não existe seqüência no trabalho. A equipe de Sorriso, Ubiratã, por exemplo, ainda tentam pagar dívidas da última participação e existe a falta de motivação para entrar na Copa Mato Grosso. Chegou a hora de se parar, organizar, para que se consiga trabalhar, 10 meses, fazendo assim um contrato para os atletas atuarem no Campeonato Matogrossense, e depois na Copa Mato Grosso. Não adianta ficar gastando altas quantias para jogadores atuarem 3 meses e depois deixar o restante do ano sem campeonato.
Assim, muitas vezes o torcedor acaba se iludindo que vai ter um grande time, ai os resultados não acontecem e a torcida acaba se afastando do estádio.

Teu filho joga no Paraná, ele sofreu uma lesão no ano passado, com está a situação do garoto?
É o Alessandro, 15 anos, no ano passado quando jogava a nona partida pelo Paraná Clube ele machucou o joelho, operou, fez ligamento cruzado, faz seis meses da cirurgia, mas já está voltando pro trabalho com bola. O Paraná está investindo nele, ele está estudando, está jogando e quer ser um jogador de futebol. Mas a gente deixa sempre bem claro que existem milhões de jogadores querendo ser, e querer não é poder, a gente como pai orienta ele nisso e apoia para que ele treine bastante e torce para que com muita humildade, amanhã ou depois, possa quem sabe, viver do futebol.

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