domingo, 22 de junho de 2008

Perto do 15 anos, com carinha de 65.

Ele já foi cartão postal de Sinop-MT. O Gigantão do Norte, que virou Estádio Massami Uriu, foi inaugurado no dia 14 de setembro de 1993. Uma década de glórias para o futebol da cidade. Nos gramados o Sinop Futebol Clube fez história e colocou seu nome na geografia do futebol. Foram três títulos mato-grossenses com equipes formadas por grandes craques. O maior deles Marcelinho Boiadeiro, a maior revelação: Rogério Ceni.

Mas como nos campos, fora deles o que restou foi frustração. Sem a estrutura de um clube, o Sinop perdeu os grandes jogadores. Os torcedores que já não podem assistir bons jogos de futebol, perdem também a oportunidade de ter uma praça para prática de modalidades esportivas. Afinal de contas a parte de fora do estádio, se bem aproveitada, poderia virar uma grande área de lazer, com quadras de esporte, arborização e uma estrutura para despertar o interesse de jovens na prática de atividades físicas. Em volta do campo, na parte interna, já existe uma pista de atletismo, na qual ficam alguns materiais de treinamento feito por professores durante a semana. Ficam assim mesmo, como está na foto, jogados do lado de fora dos vestiários.

Quando se entra nos vestiários o cartão de visitas está na porta, uma teia de aranha. Lá por dentro, a placa de inauguração dos vestiários está jogada num canto ao lado de uma maca enferrujada; a torneira da pia não existe; os chuveiros estão danificados; os vidros dos vestiários estão quebrados e o piso não é emborrachado.
Subindo para os banheiros que são utilizados pelos torcedores, a situação não é diferente. Além dos mesmos problemas existentes nos vestiários dos atletas, existe um grave problema de infiltração, no teto do banheiro masculino e no banheiro feminino os vasos sanitários são impróprios para uso das torcedoras.
Se sentarmos nas arquibancadas, no gramado ao lado: muitas sacolas plásticas, copos descartáveis e garrafas pet. As catracas que contavam o número de torcedores estão jogadas na entrada, que também está sem a estrutura da cobertura que desabou e não foi mais colocada. Olhando para o alto percebe-se a falta de refletores nas torres de iluminação.

Hoje, em um dos jogos para definir o finalista do campeonato interbairros, o atleta Genilson (foto) do bairro Jardim Jacarandás, enquanto aguardava os companheiros lamentava a situação de jogar em um estádio que poderia estar em melhores condições: "Na verdade, Sinop merece estar em um estágio melhor. A gente acompanha, em Lucas do Rio Verde, Rondonópolis, existem estádios que permitem que amadores e profissionais possam praticar um bom futebol. Sinop era para ser igual, mas pelo que eu vejo está meio abandonado pela parte do poder público. Pelo porte da cidade era pra se ter uma estrutura melhor". Nem mesmo a qualidade do gramado foi aprovada pelo jogador, questionado se prejudicaria jogar em um campo no qual a grama não foi cortada ele respondeu: "O gramado está em péssimas condições, tanto que o campo da Associação, perto do cemitério ele está em melhores condições pra gente jogar hoje. Isso pra nós que somos amadores, para um profissional, em se tratando do Gigante do Norte está complicado o aspecto do gramado".

Se para as semifinais do campeonato interbairros não deu tempo para arrumar o estádio, a esperança é que com um amistoso entre jogadores veteranos do Sinop e do Santos algumas melhorias sejam feitas. Depois, o jovem que completará 15 anos no dia 14 de setembro de 2008 deve seguir abandonado até a confirmação de algum outro grande evento, ou da participação do Sinop Futebol Clube no mato-grossense de 2009. Afinal de contas manter estádio em condições de jogo para disputa de competições amadoras deve ser muito luxo, pelo menos na visão de alguns administradores esportivos.

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